quinta-feira, janeiro 19, 2012

1ª etapa OMD2012 - Proença-a-Nova

Cheguei ao fim!!!!
Objectivo cumprido!!!!
Esta é a sensação que guardo desde que cheguei de Proença-a-Nova, a sensação de atingir o objectivo a que me tinha proposto!
Proença-a-Nova não me é desconhecido de todo. Já me desafiou em provas de 24h em BTT, já me desafiou em voltas de "5 ou mais empenos", e agora voltou a desafiar-me para, de sapatilhas e equipamento de corrida, passar pelos seus caminhos de xisto, por entre zonas de pinheiros ou de eucaliptos, por carreiros junto a ribeiros ou estradões de montanha, e sobretudo subir e descer!! É precisamente neste ponto que Proença consegue sempre intimidar-me. Quem conhece, sabe bem do que falo, quando se sobe, sobe-se mesmo, não há cá "é só uma subidita"!
Bom, voltando à prova.
Uma vez que de Leiria a Proença ainda são uns kms, e não estava com vontade de me levantar de madrugada para ir até lá, liguei ao grande amigo Pedro Ferrão que apesar de estar ausente, me diSponibilizou a sua casa, para assim dormir mais tranquilo (...pois sim...), mais uma vez, OBRIGADO GRANDE AMIGO!!!
Não sei se foi graças ao zé (o cão de...guarda do Pedro) ou ás borboletas que tinha no meu estômago, a noite acabou por ser muito curta. Com pequeno-almoço ja no "bucho", fiz-me a caminho de Proença, afim de levantar o meu frontal.
Eram 7h10m quando cheguei junto do secretariado, e não se via vivalma àquela hora. Pensei para mim:"tu queres ver que ainda vou ganhar isto??? não está cá ninguém...". Era bom, mas lá foram chegando a conta gotas os participantes deste trail, talvez estivessem intimidados com a minha presença ou talvez fosse do frio que se fazia sentir àquela hora.
Tenho cá para mim que é mais a segunda hipotese.
Eram 8h em ponto quando foi dada a ordem de saída, altura em que também desapareceram as borboletas que me tinham atormentado a noite.
O ínicio foi feito em ritmo calmo e ponderado, uma vez que o gráfico de altimetria prometia umas surpresas lá mais à frente. E assim foi! Nos primeiros quilómetros passámos por algumas terras de cultivo, dentro de algumas povoações nas sua famosas quelhas, húmidas onde em vez de se correr, pratica-se uma espécie de patinagem artística. Eis que chega então o momento da verdade. Uma subida que me levou dos 300m de altitude até aos 860m em pouco mais de 10km, coisa pouca, pois então! Lá fui tentando fazer a subida a correr, mas houve ocasiões que tive de me contentar em ir andando, pois a inclinação e a gravidade faziam das suas. Ia eu deambulando pela subida quando me aparece uma descidazita, "oh que bom..." pensei. Não podia estar mais errado. Confesso que as descidas não são o meu forte, não sei porque carga de àgua, não consigo descer em condições. E fiquei mais desmoralizado quando a meio da descida passa por mim uma senhora e que me deixa literalmente a comer o pó dela!! Como é que se desce áquela velocidade, é o que eu quero saber!!!!
Ainda a cuspir o pó que tinha acabado de comer, chego ao primeiro posto de abastecimento, que servia também de divisória dos 60km para as restantes distâncias. Neste abastecimento apenas havia àguas e coca-colas, e por isso esta paragem foi muito rápida, apenas o tempo de beber um copo de cada e anda que se faz tarde.
Após o posto de abastecimento, apareceu uma "parede" à qual nem me atrevi tentar fazer a correr. Assim que olhei para ela só me veio à cabeça a subida inicial que fazemo no up-hill de Manteigas. Dois quilómetros de sofrimento, estou na cota máxima (860m) que o nosso percurso atingia. Como tudo o que sobe também desce, lá fui a rolar em bom ritmo até ao segundo abastecimento, nas Corgas, local que conheci o ano anterior aquando dos 5 empenos. Tanto este como o terceiro abastecimento era composto por líquidos e sólidos. Que bem que souberam aqueles figos, as batatas fritas, a coca-cola e a sandes mista! Retemperado e abastecido, estava na altura de enfrentar a parte mais bonita do percurso, que nos levou das Corgas até à bonita praia fluvial do Malhadal, local do terceiro abastecimento.
Para lá chegarmos tivemos que percorrer vários carreiros estreitos e com uma vegetação algo densa, mas de uma beleze fantástica. Passámos também por um açude, que tinha a particularidade de ser inclinado, o que dificultou bastante a passagem, pois a minima escorregadela significava um belo banhinho de àgua geladinha! Carreiro após carreiro chegámos ao terceiro e último abastecimento.
Daqui até ao fim resumo a prova no seguinte: subida enorme e dificil em estradão com ameaças de cãibras e descida até Proença-a-Nova em alcatrão também com ameaças de cãibras mas desta feita nas duas pernas. ( ok, eu confesso, eu abusei nesta última parte, pois tinha na minha linha de visão dois atletas e queria muito passá-los, mas não consegui. Apenas consegui uns valentes ameaços de cãibras).
Chegado ao fim, a única coisa que me apeteceu fazer foi sorrir e pensar para mim que tinha conseguido atingir o meu objectivo!
No final tivemos direito ao almoço, que estava muito bom e que tinha muita variedade, desde sopa, vários pratos principais e diversas sobremesas.
Como nota final apenas me ocorre dizer que gostei de tudo (percurso, organização, abastecimentos...) e que em Março e em Maio há mais!!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Estive a ver as fotos e dá-me ideia que só concluis-te tudo porque um velhote levou-te às cavalitas até ao fim...

Ab,
Bruno Lopes